Termina neste domingo (12) a quinta edição da Campus Party Brasil 2012,
maior evento nerd do planeta. Durante uma semana, mais de 200 mil
pessoas devem passar pelo Anhembi Parque, em São Paulo, para conhecer as
novas tendências nas áreas de internet, games, computadores e software.
Além do público flutuante, a CPBr literalmente abriga uma comunidade de
cerca de sete mil campuseiros, que permanecem acampados no local. Nerds e
geeks (se pronuncia “guik”) de carteirinha encararam uma verdadeira
maratona tecnológica, que incluiu o desenvolvimento de aplicativos,
downloads de todos os tipos e tamanhos e uma infinidade de palestras
presenciais, algo raro para “seres” que se que já se acostumaram com o
contato virtual.
O diretor geral da CPBr, Mário Teza, em entrevista à Veja, disse que o
empreendedorismo é palavra-chave desta edição. Teza destaca que para
"dar forma" a grande quantidade de ideias que jorram durante a CPBr é
preciso elaborar projetos.
Por isso ele ressalta a importância dos “criadores” brasileiros
dominarem as práticas empreendedoras. Teza lembrou que o Brasil está em
alta na área digital. Entretanto, ele alertou que há deficiência na hora
de desenvolver projetos. Ele disse ainda que está em curso uma parceria
com o Sebrae para promover encontros e seminários para orientar os
desenvolvedores a buscar investimento para projetos inovadores em
tecnologia.
Problemas reais
Os sete mil campuseiros que se mantêm confinados durante há quase 100
horas na Campus Party Brasil tiveram certeza que a convivência no mundo
presencial não é nada fácil. Os participantes chegaram a fazer uma
assembleia com os organizadores para apontar falhas nas regras de
convivência que afetaram às comunidades de nerds e geeks nestes seis
dias.
Na noite desta sexta-feira (11), Mario Teza foi obrigado a interromper a
palestra de Julien Forgeaud, executivo da empresa de “Angry Birds”,
para acalmar os ânimos dos campuseiros, que protestavam contra uma onda
de furtos nas barracas.
Os campuseiros reclamaram da falta de segurança no local,
coincidentemente a mesma demanda que afeta milhares de brasileiros que
vivem no mundo real. Teza prometeu reforçar a segurança na área de
camping do evento.
Na lista de queixas levadas à organização, os campuseiros apontaram
outra falha bastante humana. Eles disseram que os seguranças do camping
dormem durante a noite em vez de vigiar as barracas. Teza reafirmou que
iria reforçar a segurança, mas mesmo assim foi vaiado pelos campuseiros.
Talvez na edição 2013 os organizadores troquem os seguranças por robôs, que não costumam dormir à noite.
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