sábado, 11 de fevereiro de 2012

O que aconteceria com o mundo se a internet acabasse?

Incidente ocorrido no Canadá prenuncia o caos que se instalaria caso, de uma hora para outra, ficássemos sem acesso à rede mundial de computadores.



Para quem tem acesso ilimitado à internet, ficar alguns minutos sem poder se conectar pode ser uma verdadeira tortura. O tempo não passa, as alternativas offline não parecem tão interessantes e até que você encontre outra atividade e se esqueça de que está isolado do mundo virtual, muitos momentos angustiantes já terão se passado.

Imagine então, que da noite para o dia, a internet deixe de existir. O que você faria sem ter acesso a nenhum dos seus sites favoritos? Como você se comportaria sem poder acessar documentos, fazer compras com cartão de crédito ou nem sequer saber qual é a previsão do tempo para amanhã?

Uma cidade do Canadá experimentou no último mês uma experiência nada agradável como essa. Devido a uma falha em um satélite, algumas localidades próximas a Quebec ficaram sem acesso à internet. O caos na região foi muito além de protestos de usuários revoltados por não poderem atualizar seus perfis em redes sociais.



Uma ilha cercada de ilhas por todos os lados

O primeiro problema percebido na cidade foi a falta de acesso à internet. Sem comunicação, o problema se estendeu para os telefones, que de uma hora para outra, ficaram mudos. Como se comunicar com seus amigos e perguntar se está tudo bem, quando tanto a internet quanto os telefones não estão funcionando?

As transmissões de rádio poderiam ser uma alternativa. Contudo, com a maioria das emissoras utilizando um padrão digital e transmissões via satélite, a opção foi rapidamente descartada. Em uma grande cidade, a falta de acesso a serviços como corpo de bombeiros, polícia ou hospitais pode criar um caos de proporções gigantescas.


É hora de sair daqui

Você se dá conta que a situação pode ser mais grave do que imagina. Sair da cidade passa a ser uma das alternativas a ser considerada. Porém, sem informações sobre o tempo em outras cidades, os aeroportos são fechados e não têm pousos e decolagens liberados. Afinal, todos os instrumentos operam baseados em informações disponibilizadas via satélite.

Sair da cidade por via terrestre poderia ser outra opção. Entretanto, a menos que você tenha dinheiro em espécie disponível, pagar passagens de ônibus ou mesmo abastecer o tanque do seu veículo com cartão de crédito ou débito são soluções fora de cogitação. Sacar dinheiro em caixas eletrônicos, com sistemas fora do ar, também é outra hipótese que você pode descartar.

Em estado de sítio


No Brasil, em caso de situações extremas, o Governo Federal pode decretar estado de sítio. Trata-se de uma medida provisória, válida por 30 dias e passível de ser prorrogada sucessivas vezes, que dá aos poderes o direito de tomar atitudes que limitem a liberdade dos cidadãos, como obrigação de residência em determinado local ou evacuação de cidades inteiras.


Obviamente, quando foi elaborada, a legislação não previa um caos advindo da falta de internet. As situações descritas são utilizadas com mais frequência em cidades vítimas de desastres naturais ou, como ocorre em outros países, em caso de declaração de guerra.

Entretanto, em uma situação como essa o Governo Federal, bem como as forças armadas e tropas de paz internacionais, muito provavelmente seriam deslocados para auxiliar no suporte à população, reestabelecendo, ainda que de forma precária, serviços essenciais para a manutenção da vida em sociedade, como hospitais, energia elétrica e saneamento básico.

Necessidades básicas


Um dos maiores problemas que pode ser ocasionado pela falta de internet é, sem dúvida, a maneira como as transações financeiras acontecem. Ainda que você evite ao máximo utilizar o sistema bancário, muito provavelmente o seu salário é depositado em uma conta bancária. Sem acesso a nenhum tipo de sistema, tanto a transferência do dinheiro por parte da empresa, quanto o pagamento dos valores feito pelo banco ficam prejudicados.

Sem dinheiro em espécie para sobreviver, supermercados, postos de gasolina, restaurantes e quaisquer outros estabelecimentos comerciais passam a ser meros depósitos, sem muita utilidade para os consumidores. Por outro lado, itens de primeira necessidade muito provavelmente devem ter o seu valor aumentado, passando a valer como moeda de troca em diversas situações.

Tudo como era antigamente: será mesmo?


Há pelo menos 20 anos era possível buscar, de uma hora para outra, alternativas para fazer com que tudo continuasse funcionando mesmo com interrupções de sinal de internet. Contudo, com o passar do tempo, cada vez mais nos tornamos dependentes dessa forma de integração, de maneira que se torna praticamente impossível mudar os rumos em questão de instantes.
Obviamente, com muitas dificuldades, em questão de dias seria possível começar a fazer alguns serviços voltarem ao normal. Os usuários mais velhos, aqueles acima dos 30 anos, ainda devem se lembrar do tempo em que muitas coisas podiam ser feitas apenas pessoalmente, o número de informações era mais escasso e que os computadores não eram regra, mas exceção no cotidiano da população.

Todavia, para os usuários mais novos, que cresceram tendo a internet como uma das referências mais importantes para entrar em contato com o mundo exterior, a adaptação certamente seria mais lenta e muitos teriam que reaprender a fazer de forma manual funções que hoje podem ser executadas em questão de minutos.

Soluções em caso de emergência


O fato ocorrido no Canadá dificilmente aconteceria em larga escala no planeta. Afinal, inúmeros satélites monitoram regiões específicas do mundo e, com algum tempo, os objetos em órbita que estivessem funcionando poderiam ser direcionados para suprir demandas maiores em outros pontos do mundo. Contudo, o transtorno serve como alerta sobre como proceder em casos extremos de ausência completa de contato com redes de comunicação.

Os planos de contingência e sobrevivência adotados em caso de guerra, quando as comunicações costumam ser um dos primeiros serviços prejudicados, se mostram eficientes até certo ponto, pois presumem que, em algum lugar do planeta, ainda que distante, haverá condições satisfatórias de ao menos enviar e receber mensagens.

Invenções mais antigas como o código morse, por exemplo, poderiam ser utilizadas em situações como essa. O problema maior seria encontrar pessoas capacitadas a operar equipamentos assim. Você já imaginou como seria a sua vida sem o acesso a nenhum dos serviços online que conhece hoje.

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